É permitido repreender os outros?

Repreender os outros é uma questão delicada à medida que somos tão imperfeitos.

Repreender os outros é uma questão delicada à medida que somos tão imperfeitos. Mas se observamos que está errado aos nossos olhos, pergunto, será que temos razão? Também ouço uns chamarem a atenção das falhas de outrem, de seus defeitos e de suas ações indevidas em público, gerando constangimento. E sempre me pergunto: e necessário relatar tais fatos?

E a dúvida perambulava comigo …

Porém, outro dia, folheando aleatoriamente o Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, encontrei um texto que me fez pensar.

É permitido repreender os outros?

O texto, transcrito a seguir está no capítulo X, parágrafos 19, 20 e 21 do Evangelho. Ele discorre sobre repreender os outros. Sugiro que leia e colha as sementes que lhe agradarem.

Ninguém é perfeito

19. Ninguém sendo perfeito, não se segue que ninguém tem o direito de reempreender o próximo?

Certamente que não, pois cada um de vós deve trabalhar para o progresso de todos, e sobretudo dos que estão sob a vossa tutela. Mas isso é também uma razão para fazeres com moderação, com uma intensão útil, e não como geralmente se faz, pelo prazer de denegrir.

Neste último caso, a censura é uma maldade; no primeiro é um dever que a caridade manda cumprir com todas as cautelas possíveis; e ainda assim, a sensura que se faz a outro deve também ser interessada a nós mesmos, para vermos se não a merecemos.

Observar imperfeições dos outros

20 – Será repreensível observar as imperfeições dos outros, quando disso não possa resultar em nenhum benefício para eles, e mesmo que não as divulguemos?

Tudo depende da intensão. Certamente que não é proibido ver o mal, quando o mal existe. Seria mesmo inconveniente se ver por toda a parte somente o bem, pois essa ilusão prejudicaria o progresso.

O erro está em fazer a observação em prejuizo do próximo, desacreditando-o sem necessidade na opinião pública. Seria ainda repreensível a fazer com um sentimento de malevolência, e de satisfação por encontrar os outros em falta.

Mas dá-se inteiramente o contrário, quando, lançando um véu sobre o mal, para ocultá-lo do público, limitamo-nos a os observar para proveito pessoal, ou seja, para o estudar e evitar aquilo que censuramos nos outros. Essa observação, aliás, não é útil ao moralista? Como descreveria ele as extravagâncias humanas, se não estudasse os maus exemplo?

Descobrir o mal alheio

21. Há casos em que seja útil descobrir o mal alheio?

Esta questão é muito delicada, e precisamos recorrer à caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só prejudicam a ela mesma, não há jamais utilidade em divulgá-las. Mas se elas podem prejudicar a outros, então é necessário preferir o interesse de maior número ao de um só.

Conforme as ciscunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois é melhor que um homem caia, do que muitos serem enganados e se tornarem suas vítimas. Em semelhante caso, é necessário balancear as vantagens e os inconvenientes.

Repreender o outro

Dúvida, se devo repreender.

O caro leitor poderá me perguntar: sanou sua dúvida?

Respondo: não sei. Entretanto é um novo ingrediente que colocarei na balança. Assim, ao tomar conhecimento de falhas alheias e se essas falhas afetarem apenas a ele mesmo. Então, acho que vou apenas desejar que ele encontre o caminho. Pois as próprias maldades serão seu castigo, pois ele ficará longe das alegrias do bem.

Bem, acho que também farei uma pequena oração por ele.

Questionando o repreender

Porém, se afetar outras pessoas, terei que pensar e até mesmo me questionar para ter certeza que não estou enganada. Pois, acusar alguém de uma maldade, poderá causar um dano irreparável.

Alguém ponderado

Acho que eu procuraria conversar com alguém, que eu considerasse ponderado para me ajudar a decidir pelo prejudicar um menor número de pessoas.

Também busque respostas no seu interior, faça o Evangelho no Lar, que lhe ajudará a refletir.

Mais informações na Federação Espírita de São Paulo.

Sugestão de leitura: Os 10 Mandamentos Reescritos